Preços dos grãos em queda: o que esperar daqui pra frente?
Prof. Dr. Marcos Fava Neves, Vinicius Cambaúva e Vitor Nardini Marques
Reflexões dos fatos e números do agro em abril e o que acompanhar em maio.
Na economia mundial e brasileira, foi divulgada a mais recente projeção para o crescimento da economia mundial feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A expectativa é de que exista um crescimento de 2,8% em 2023, chegando a 3,0% em 2024. Em 2022, o fundo consolidou o crescimento global em 3,4%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 0,71% em março, o que revela uma desaceleração frente aos 0,84% de fevereiro, além de estar em nível abaixo ao observado no mesmo período de 2022 (1,62%); os dados são do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE). Dentre os segmentos avaliados, “Transportes” foi aquele que gerou maior impacto no indicador, com variação de 2,11% e contribuindo com 0,43 ponto percentual no geral. Isso é justificado pelo incremento nos preços dos combustíveis devido ao retorno da cobrança de impostos federais: gasolina cresceu 8,33% e etanol, 3,20%. Apenas “Artigos de residência” sofreu deflação (-0,27%), enquanto os demais apresentaram variações positivas: “Saúde e cuidados pessoais” (0,82%), “Habitação” (0,57%), “Comunicação” (0,50%), “Despesas pessoais” (0,38%), “Vestuário (0,31%), “Educação” (0,10%), “Alimentação e bebidas” (0,05%).
No entanto, a expectativa do mercado segue menos otimista em relação ao cenário inflacionário no comparativo com mês anterior. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central do Brasil (de 24 de março de 2023), espera-se um IPCA de 6,04% (alta no comparativo mensal) em 2022 e de 4,18% (manutenção) em 2023. Para o indicador de crescimento econômico (PIB), indica para uma leve recuperação, sendo aguardados crescimentos de 0,96% (alta) e 1,41% (alta), respectivamente, para este e o próximo ano. Enquanto isso, a Selic deve se manter em patamares elevados para controlar a inflação, de 12,50% (estabilidade) e 10,00% (estabilidade) e a taxa de câmbio em patamar próximo a R$ 5,20 neste ano (baixa) e R$ 5,25 em 2024 (baixa).
No agro mundial e brasileiro, vivenciamos mais um mês de queda nos preços globais das commodities (12º mês consecutivo), de acordo com o Índice de Preços de Alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação).
O indicador bateu, na média, 126,9 pontos no mês de março, queda de 2,8 pontos ou 2,1% frente a fevereiro; e de 32,8 pontos ou 20,5% em relação a março de 2022 (quando atingiu recorde histórico). Quanto aos subíndices mensurados, “cereais” registrou 138,6 pontos, o que configura queda de 8,2 pontos ou 5,6% na comparação com fevereiro. Este impacto advém principalmente nas quedas de preço do trigo e do milho.
Ainda sobre os preços, a categoria “óleos vegetais” caiu 4,1 pontos ou 3,0%, chegando a 131,8 pontos em consequência das menores cotações para os óleos de soja, colza e girassol.
Nas carnes, o índice chegou a 113,0 pontos, 0,9 pontos a mais ou 0,8%, graças à menor oferta de gado nos Estados Unidos e consequente reajuste nos preços.
Para laticínios, houve reajuste para baixo de 1,1 ponto ou -0,8%, atingindo 130,3 pontos, em virtude de cotações mais baixas para queijo e leite em pó.
Por fim, o indicador para açúcar registrou 127,0 pontos, com alta de 1,8 ponto ou 1,5%, devido à menor disponibilidade global com produções menores na Índia, China e Tailândia.
O novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a oferta e demanda global de commodities para o ciclo 2022/23 trouxe poucas novidades para a cultura do milho. Apesar de a produção mundial ter sido revisada para baixo em 3 milhões de t, de 1,147 bilhão em março para 1,144 bilhão em abril, apenas a Argentina apresentou variação de oferta, sendo responsável pela queda no cenário global, uma vez que sua expectativa de colheita saiu de 40 milhões de t (março) para 37 milhões (abril). Com isso, os argentinos somam um rombo de safra de 25,3% no comparativo com o ciclo anterior. Nos demais produtores, o relatório apontou estabilidade na previsão de oferta: Estados Unidos com estimativa de 348,76 milhões de t (-8,9%); Brasil devendo colher 125 milhões de t (+7,8%); e Ucrânia somando 27 milhões de t (-35,9%). Dessa forma, a oferta total de milho deverá ser 6,0% inferior à de 2021/22 (quando atingiu 1.217 bilhões de t). Já os estoques tiveram uma ligeira alteração entre as últimas previsões, estando agora em 295,35 milhões (-3,8%) frente às 296,46 milhões de t do mês de março.
Na soja, temos o mesmo reflexo do que aconteceu no milho. A oferta global foi reduzida em quase 6 milhões de t entre este (abril) e último relatório (março), de 375,15 milhões para 369,74 milhões de t, mas mesmo assim deve-se produzir 2,7% a mais que em 2021/22. A queda é novamente justificada pelos problemas climáticos na nossa vizinha, Argentina, a qual deve colher apenas 27 milhões de t (abril), sendo que a expectativa no mês anterior era de 33 milhões de t. Frente ao ano anterior, os argentinos já perderam 38,5% de sua oferta. Para o Brasil, o órgão americano aumentou ligeiramente a previsão da safra em 1 milhão de t, esperando agora 154 milhões de t (+18,0%). Os Estados Unidos e a China devem manter sua expectativa de produção já apresentada em março, de 116,37 (-4,2%) e 20,28 milhões de t (23,7%). Para finalizar, os estoques, ao final do ciclo 2022/23, devem totalizar 100,29 milhões de t (abril, +0,6%), configurando um ligeiro incremento de 280 mil t frente a março.
Neste último mês, foi iniciado o plantio da “mega safra americana de grãos” (2023/24), com alta nas perspectivas da oferta tanto para o milho como para a soja.
Neste momento, os olhos do mundo estão voltados para o progresso de plantio.
Segundo o USDA, até o último dia 23 de abril, o plantio de milho já alcançava 14,0% de avanço, contra 11,0% na média dos últimos 5 anos e 7,0% na mesma data de 2022. Na soja, 9,0% das áreas já foram semeadas, diante de 4,0% das últimas 5 safras e apenas 3,0% na mesma data do ciclo passado. Já o algodão segue o mesmo ritmo do ano anterior e dos últimos 5 períodos: 12,0%. Demais grãos seguem em fase inicial de semeadura. Ou seja, vem vindo bem a safra dos EUA.
No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu relatório de abril, ajustou a produção de grãos brasileira do ciclo 2022/23 para 312,5 milhões de t, ante as 309,9 milhões de t do mês de março. Com isso, a oferta deve alcançar um incremento de 14,7% no comparativo com o ciclo 2021/22. A área total cultivada ainda está em confirmação, dada a semeadura das culturas de terceira safra e inverno, mas está estimada em 77 milhões de ha, valor 3,3% superior (2,5 milhões de ha a mais).
Com uma colheita que já alcançou mais de ¾ da área, a expectativa para a produção de soja está em 153,63 milhões de t (+22,4%), ganhando 2 milhões de t frente ao dado de março (151,5 milhões de t). O volume colhido da oleaginosa é justificado tanto pelo crescimento da área (43,56 milhões de ha | +5,0%) como da produtividade (3,53 kg/ha | +16,6%).
Em relação à safra verão (2022/23), até o dia 22 de abril, 89,0% das áreas de soja haviam sido colhidas no país, praticamente o mesmo progresso do ciclo passado (90,8%), o que demonstra a habilidade e esforço dos agricultores brasileiros em recuperar o ritmo das operações no campo; vale lembrar, como falamos aqui na coluna, que registramos bastante atraso na colheita durante os meses iniciais. MT, MS, GO, SP e TO já encerraram a colheita da soja. PR, SC e RS seguem com 97,0%, 63,0% e 47,0% de progresso, respectivamente. Os dados são da Companha Nacional de Abastecimento (Conab).
Nos preços, a soja tem registrado sucessivas quedas nos últimos dias. No ndicador Cepea/Paranaguá, a cotação era de R$ 152,63/sc em 24/03 e foi a R$ 137,20 em R$ 25/04. Além do balanço positivo entre oferta e demanda, também impactaram os preços: a recente valorização do real em detrimento do dólar; dificuldades logísticas de armazenagem; e os prêmios negativos da soja nos portos, resultado de todo o cenário que apresentamos.
Olhando para os próximos meses, como a comercialização da soja brasileira está atrasada neste ciclo, a expectativa é de que coincida com o início da colheita/comercialização da safra americana, no 2° semestre. Outro fator baixista foi a fixação de câmbio mais vantajoso para exportação argentina de soja.
Já para o milho, a Conab estima que a produção deve ser equivalente à estimativa do USDA, de 124,88 milhões de t (+10,4%), sob uma área de 21,97 milhões de ha (+1,8%). Para primeira safra do cereal, já 50% colhida, espera-se volume de 27,24 milhões de t (+8,8%), enquanto que as demais 97,64 milhões de t (-0,3%) virão das áreas de segunda e terceira safra.
No Indicador Esalq/BM&FBovespa, os preços do milho saíram de R$ 84,18/sc em 24/03 para R$ 69,75/sc em 25/04; quase R$ 15 em apenas 30 dias. Entre os fatores da queda estão: o andamento da colheita no Brasil; e a expectativa de boa safra para o Brasil (2ª safra) e Estados Unidos (2023/24). Ainda assim, vale lembrar que o plantio da 2ª safra foi realizado, em parte, fora da janela ideal, ou seja, há possibilidade de riscos climáticos, embora até o momento a expectativa seja positiva, com o término do La Niña.
No milho verão, o atraso ainda persiste: até 22 de abril, a média nacional era de 59,6% de avanço, contra 65,7% no mesmo período de 2021/22. Os impactos mais relevantes são vistos no PR (83,0% vs 95,0% há um ano) e em Santa Catarina (85,0% vs 99,0% há um ano). Ainda assim, não devem ser vistos grandes impactos do ponto de vista de oferta do cereal, advindos desta ocasião.
Já o milho safrinha (2ª safra), que teve seu plantio concluído no último mês, apresenta as seguintes condições fenológicas no campo, segundo a Conab: 41,7% das lavouras encontram-se em desenvolvimento vegetativo; 45,0% já em floração; e 12,6% em enchimento de grãos. Em suma, mais da metade das áreas de milho já seguem para desenvolvimento reprodutivo, o que, somado as condições positivas de clima nos últimos dias, fortalece a perspectiva de oferta do grão.
Entre os fatores que podem beneficiar os preços no futuro: o USDA estima que a China deve importar 18 milhões de t, sendo que 5 destas serão do Brasil (em 2022, embarcamos 1,2 milhão de t do cereal); a valorização dos preços do açúcar, levando a maior mix açucareiro nas usinas e consequente menor oferta de etanol, estimulando a produção do etanol de milho; e também a situação de estresse entre Rússia e Ucrânia nos cereais (milho e trigo), algo que não se contempla no caso da soja.
Já para o algodão, houve redução na área cultivada entre os relatórios de abril e março da Conab, de 1,66 para 1,63 milhão de ha, dada a perda da janela de plantio no estado do MT; mesmo assim a área total deve crescer 2,1% em comparação ao ciclo passado. Quanto à produção, são esperadas 2,73 milhões de t de pluma (+7,1%), com um incremento no rendimento das lavouras (+4,9%).
Os preços da pluma tiveram queda prevista por conta de preocupações com o consumo mundial e a entrada da safra brasileira. No indicador do algodão em pluma (Cepea/Esalq) os preços estavam em R$ 5,00/libra-peso em 24/03 e foram a R$ 4,10/libra-peso em 26/04, 18% inferior em 30 dias. Por outro lado, um fator positivo é que o USDA aponta uma redução de 18% na área cultivada com algodão para 2023/24 nos Estados Unidos.
Ainda segundo a Conab, as culturas de inverno, que estão em fase de plantio, devem ter uma área de 3,79 milhões de ha e produção de 12,39 milhões de t em 2022/23, com os dois indicadores se mantendo estáveis no comparativo com a safra 2021/22.
Na pecuária, os preços da arroba do boi gordo se recuperaram com a volta das importações chinesas de carne bovina do Brasil, mas ainda existem problemas em relação aos abates de foram feitos nesse período (recusa de cargas e pressão comercial). Durante as restrições, o preço da @ chegou a R$ 266, foi próximo de R$ 300 com a volta e agora voltou a cair, mas em níveis superiores, próximo dos R$ 280 (indicador do boi gordo do Cepea/Esalq). Houve algum recuo do preço internacional da carne e valorização do real.
Em sua atualização mensal do Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) corrigiu para baixo sua estimativa para o indicador de 2023, agora avaliado em R$ 1,229 trilhão, frente aos R$1,245 trilhão do mês de março. Mesmo com a queda de R$ 16 bilhões, o valor ainda é 4,7% superior àquele obtido no ano de 2022 (R$ 1,173 trilhão). As lavouras devem entregar um montante financeiro de R$ 879 bilhões (abril) com crescimento de 8,1%, e são responsáveis pela perda de R% 6 bilhões entre as últimas duas projeções. Por sua vez, a pecuária deve faturar R$ 351 bilhões, um recuo de 2,9% frente ao ano anterior, e responsável pelos R$ 10 bilhões restante da diferença entre os meses.
A soja é a grande protagonista desse ano, representando 31,1% do valor bruto total, enquanto milho (12,9%), bovinos (11,6%), cana-de-açúcar (8,3%) e carne de frango (8,4%) fecham o ranking dos cinco principais produtos.
As exportações do agronegócio brasileiro bateram novo recorde para o mês de março, alcançando US$ 15,99 bilhões, um crescimento de 10,8% no comparativo com o mesmo mês de 2022, segundo dados Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (Secex). Tanto o volume comercializado como os preços contribuíram positivamente ao resultado, com respectivos crescimentos de 7,1% e 3,5%.
O complexo soja liderou a pauta exportadora, sendo responsável por embarques que totalizaram US$ 8,70 bilhões (+16,0%); apenas a soja em grão foi responsável por quase 85% desse montante, embarcando 13,24 milhões de t.
Na segunda posição aparecem as carnes, com vendas ao mercado externo de US$ 1,96 bilhão (-6,7%). Nessa categoria, alguns problemas sanitários movimentaram o mercado ao longo do mês: na carne bovina, tivemos a confirmação de um caso atípico do “mal da vaca louca” no Brasil, o que interrompeu o fluxo de exportação da commodity, explicando seu menor desempenho na comercialização externa de US$ 690,46 milhões (-37,5%). Por outro lado, surtos de gripe aviária em outros países alavancaram as exportações brasileiras de carne de frango, que atingiram US$ 967,77 milhões (+29,6%), uma vez que o país é zona livre de casos. Já na carne suína, os embarques brasileiros também foram favorecidos, chegando a US$ 247,28 milhões (+32,0%) dada a limitação na oferta de outros fornecedores e pela peste suína africana na China.
Voltando ao nosso top 5, produtos florestais alcançou a terceira colocação com vendas ao mercado externo de US$ 1,46 bilhão (+7,0%), com a celulose respondendo por mais da metade dessa cifra. O setor sucroenergético assume a quarta posição na pauta, com comercialização próxima a US$ 1,00 bilhão (US$ 954,44 milhões | +40,1%); as exportações de açúcar atingiram 1,83 milhão de t (+27,0%), correspondendo por valor financeiro de US$ 818,05 milhões (+46,4%); por sua vez os embarques de etanol somaram US$ 135,02 milhões (+11,9%). Para fechar o ranking, o setor de cereais, farinhas e preparações aparece na quinta colocação, totalizando valor embarcado de US$ 730,68 milhões, duplicando a cifra em relação a março de 2022. Dentre os produtos dessa categoria, o destaque fica com o milho, responsável por 55% do montante. Os cinco segmentos acima representaram 86,1% do total exportado pelo agronegócio brasileiro.
Pelo lado das importações, o setor foi responsável por adquirir US$ 1,59 bilhão no mercado exterior, o que corresponde a um aumento de 12,8% e configura valor recorde para o mês. Dessa forma tivemos um saldo positivo na balança do agronegócio de US$ 14,04 bilhões (+10,6%).
Na cadeia do café, a nova estimativa divulgada pelo Rabobank reduziu a previsão para a safra brasileira em 2023/24, para 66 milhões de sacas (60kg). A projeção é 1 milhão de sacas inferior a previsão passada, mas ainda 4,4% maior do que 2022/23, mesmo este sendo um ano de bienalidade negativa.
Sobre o clima, nos próximos dias, há uma tendência para o aumento de frentes frias no Brasil; é o que indica o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). As previsões apontam para a presença de uma massa de ar frio na região sul do país, com possibilidades de geadas em níveis fraco e moderado. Apesar do alerta, até o momento, não há riscos de geadas intensas na região. Segue chovendo bem em quase todo o país. A expectativa agora é que chova mais no Sul do Brasil e menos no Centro-oeste (faixa central) em virtude do fim do La Niña e provável início de El Niño (maio a junho).
Fechamos a nossa análise do agronegócio apresentando os preços dos principais produtos do setor e a triste situação que temos visto nos grãos, com quedas diárias. A soja para entrega em cooperativa do estado de São Paulo estava cotada em R$ 127,80/sc (60kg); e em R$ 127,60/sc para fev/2024. No milho, a cotação física estava em incríveis R$ 66,00/sc e com futuros em R$ 53,80/sc para ago/2023. No algodão, a arroba foi cotada em R$ 135,58 (base Cepea/Esalq). Demais produtos do agro, segundo o Cepea/Esalq, fecharam em: boi gordo em R$ 281,60/@; café arábica em 1.076,43/sc (60kg); o trigo Paraná em R$ 1.574,24/t; e a laranja para indústria em R$ 38,60/cx.
Os cinco fatos do agro para acompanhar em abril são:
- Plantio da safra 2023/24 de grãos nos Estados Unidos. Como vimos, o progresso de semeadura está positivo neste ano, com desempenho acima da média dos últimos 5 ciclos. Isso reforça ainda mais a probabilidade no sucesso do cultivo (condições ideias de clima), consolidando a oferta de grãos e impactando diretamente o mercado global.
- Desenvolvimento das lavouras de milho 2ª safra no Brasil: a fenologia, possíveis eventos climáticos afetando a produção e outros eventos que possam impactar a oferta. Ao que parece, as chances de perdas estão ficando cada vez menores com o passar do tempo. Mas ainda é necessário cautela.
- Sobre a questão climática, a perspectiva de chegada de frentes frias na região Sul do país pode afetar algumas lavouras de verão, como o milho e a soja, que em algumas regiões ainda aguardam o momento ideal de colheita. Importante recordar das perdas expressivas que tivemos no Sul em 2021/22 (naquele caso, especialmente por secas, mas também havendo geadas).
- Definições relativas ao plano safra 2023/24, que este ano deverá ser lançado em maio. O governo já sinalizou que deve reforçar os investimentos na agricultura de pequeno porte e outros produtos para pequenos e médios produtores. Diante do cenário de baixa nos preços, os agricultores estão ainda mais interessados em acessar o crédito para aquisição de insumos e maquinários. Vamos ver como ficará a questão dos juros, considerando o nível elevado da Selic que ainda persiste.
- Observar as discussões políticas envolvendo o arcabouço fiscal no Brasil, buscando entender como as alterações poderão impactar a economia e, consequentemente, o agro, e principalmente o câmbio.